terça-feira, 12 de julho de 2011

Porcelana Chinesa: do Tao ao Comércio





Orientalismo

            No livro de Teixeira Leite “As Companhias das Índias e a Porcelana Chinesa de Encomenda” (1986), quando buscamos a definição de cerâmica chinesa encontramos, o seguinte:

                              “A arte da cerâmica (do grego keramikós, feito de argila) [...]            
 As origens do vocábulo porcelana (do latim porcellus, porquinho) não são muito claras; a versão mais difundida sustenta terem sido os portugueses os primeiros a utilizá-lo [...] mas a contrariar tal tese, a expressão ‘pierre de procelaine’ ocorre já em um inventário francês de 1360, ignorando-se, portanto, o que significava – quem sabe se uma pedra semipreciosa com a qual as porcelanas chinesas, embora extremamente raras, tivessem alguma semelhança [...]”

Já, no Dicionário di Florio, de 1598: “porcelana é ‘uma terra da qual são feitos belos pratos de china, e china é um tipo de bacia veneziana’; por conseguinte, é provável que na Itália de fins do séc. XVI o vocábulo porcelana.”

E, para aumentar ainda mais a imprecisão, citemos o Dicionário Técnico e Histórico de Francisco de Assis Rodrigues, publicado em Lisboa em 1875 e ainda hoje legível:

“lá está consignado o verbete porcelana (ou pozzolona, ou porçolona) como de origem italiana, derivado do nome de uma cidade próximo a Nápoles, “Pouzzoles”, que outra não é senão Pozzuoli, de onde viriam as melhores dessas ‘argilas ferruginosas’”
     
            Dessa forma percebemos os supostos descritos sobre a porcelana chinesa sem nenhuma origem oriental, como deveria ser mencionado a fundo. Contudo, comprovam basicamente, estes trechos do livro de Teixeira Leite o quão restrito é o conceito puramente oriental da cerâmica da China. Todas as fontes bibliográficas pesquisadas são meros estudos feitos por ocidentais com uma visão ocidental. 
     
          (Monografia 2008 página 1 e 2)     

sexta-feira, 8 de julho de 2011



(...) Flores e motivos geométricos são às vezes substituídos por peixes rodeados por plantas aquáticas, por medalhões lobados, por representações de jardins. A flora é muito variada, a fauna reúne desde animais de bons auspícios a feras fantásticas: fênix, licornes ou ki-lin. Algumas composições lembram pinturas, outras parecem inspiradas em sedas e tapeçarias.
O azul-cobalto também é utilizado como fundo, dando destaque À decoração estampada em engobo e com revestimento branco. Sobre o azul-safira de tonalidades intensas de um mei-p’ing, do Musée Gourmet, enrosca-s um dragão vigoroso. Outras peças, como pratos e taças para vinhos, foram enfeitadas com suaves ramos floridos. Toda essa inesgotável atividade inventiva justifica a atração que esses modelos exerceram sobre os compradores estrangeiros. 

(Monografia 2008 página 28)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Azul e Branco



(...)Alguns textos chineses mencionam o "azul-muçulmano", cuja qualidade era superior à do mineral local, que ainda não se sabia refinar. Em contraste com a técnica empregada no norte da China anteriormente, segundo a qual a decoração em óxido de ferro era braçada sobre engobo, o cobalto é aplicado, a partir daquele momento diretamente ao corpo, que o absorve, como papel à tinta.

        (Monografia 2008 página 27)